terça-feira, 11 de abril de 2023

 MULHER-MENINA

Serei menina, serei mulher, um livro de emoções, de sensações ora fechado, ora aberto, que escrevo ao sabor do vento, no voo da gaivota, no dançar da bailarina, no toque do poeta, no som do violino, da guitarra ou do piano, sou campo florido na primavera, onda branca enrolada na areia no verão, nascer do sol, pôr do sol, cheiros da terra, cheiros do mar, doce e sal, canela e açafrão um misto de contradição, sempre com pé no chão.
Sou areia branca, sou terra castanha, sou água da chuva ou do mar, sou cores leves sou cores fortes.

Sou sim e não, sou assim....mulher/menina.




segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018


 

"MAR"
 
Oiço as ondas
 e sinto os salpicos
 
frescos
 
da leve brisa,
 que me molha a cara
 e sinto-me a voar no meio

 do azul

 com cheirinho a maresia,
 a liberdade e a paz,
 e sinto-me
 
despertar
 
num doce sorriso
 azul,
 e no desenho pinto
 as palavras,
 e transformo as águas
 e céu num só
 e do fundo do
 
mar
 
uma estrela faz a diferença
 azulando o infinito do nosso
 
olhar.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

INHA
Inha era uma sereia, no fundo, no fundo, ela era o próprio mar.
Vivia num mar longínquo, onde tudo parecia ilógico,o mar tinha cores indescrítiveis, matizados mágicos, entre o azul e o verde existiam cores multicolores que emanavam bem lá do fundo, das algas, dos corais, dos búzios e de todas as criaturas que por lá existiam e que com ela partilhavam vida.Tudo era mágico, surreal.
Inha era esbelta, flexível, tranquila,poética, vivia numa fortaleza intransponível e dançava com o vento das correntes, o seu mundo era aquele, partia em múltiplas viagens, era intensa, sensual, voava nas barbatanas dos golfinhos e brincavam e riam até cansar.
Por vezes saía com a sua comprida cauda de que se despia depois de se enrolar nas brancas ondas, e secava nas rochas, e brincava com a água que corria numa estrada que não lhe sabia o fim.
Quando se deitava era levada pela corrente que a transportava e a trazia suavemente em bailados vertiginosos sem nunca parar, as algas envolviam-na em carícias e beijavam-na num enlace tranquilo.
A água era a sua vida, transparente leve.
Mas Inha um dia resolveu partir, para onde o rio a transportasse para não mais voltar.







quinta-feira, 11 de maio de 2017

"ONDA"
Num poema branco
me ondeei,
na rocha escorregadia...
com seus laivos de verdes,
de limos traiçoeiros,
que eu contemplava
por longas horas
perto dele
de tudo distante, alheada,
ali bem perto
do bater do mar
onda dançarina,
que eu sabia escutar,
nos seus bramidos
impetuosos
que era apenas um conversar
com o mar,
mar agitado
que consegue ouvir
o bater do coração,
um coração
de quem ama,
então tocam
hinos, músicas
até que a orquestra pára
e a onda me leva
num sonho inacabado...!

Isabel De Sá Cabral


Fotos registradas pelos meus olhares

quarta-feira, 8 de março de 2017

DIA INTERNACIONAL DA MULHER


"Serei sempre aquela conchinha escondida, tímida, ingénua às vezes, com olhos espantados de criança,
sempre querendo fazer perguntas sobre coisas que não percebo_________tantos porquês me bailam na cabeça.

 Escondida na areia à espera de uma onda que me tire do meu buraco, abraço o meu próprio abraço e procuro todos os dias novas palavras onde me reencontro com outras conchas, saber descobrir novas palavras, novas mensagens_________ novas margens________,qual pauta musical onde as notas bailam e falam mutuamente, aprendem juntas, dividem vidas ao som de tantas orquestras, onde possa dançar ao som de violinos, numa imagem___numa viagem que surge branca mas aos poucos se vai tornando colorida, porque a natureza tem muitas cores e eu amo a natureza amo o mar meu companheiro, e ele é azul e eu nado nas barbatanas dos golfinhos, voo nas asas da gaivota, até tocar o céu".

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017


Hoje ao acordar pela manhã, bem cedo, num "Bom Dia" igual a tantos outros, dei comigo a pensar - quando oferecemos algo a alguém, tudo se vai desfazendo, anulando, dissipando no tempo.
Uma flor murcha... uma peça de roupa deixa de servir e acabamos por dar, ou se estraga e já não serve a ninguém.
Mas há uma coisa que perdura no tempo...um poema
- o poema é intocável
- o poema é inviolável,...
- o poema é imaterial
- o poema fica intacto
- o poema é para sempre.
Por isso eu quero fazer da minha vida um poema à beira-mar.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

NO SILÊNCIO


Eu falo com o mar em dias de bonança
tu és o mar
a minha paz
a minha tranquilidade
a tua voz ecoa nos meus ouvidos
como um violino sereno
que me faz dançar
e eu mergulho no oceano
entro por ti adentro
e ali fico, esperando
quietinha
em silêncio.