sexta-feira, 13 de outubro de 2017

INHA
Inha era uma sereia, no fundo, no fundo, ela era o próprio mar.
Vivia num mar longínquo, onde tudo parecia ilógico,o mar tinha cores indescrítiveis, matizados mágicos, entre o azul e o verde existiam cores multicolores que emanavam bem lá do fundo, das algas, dos corais, dos búzios e de todas as criaturas que por lá existiam e que com ela partilhavam vida.Tudo era mágico, surreal.
Inha era esbelta, flexível, tranquila,poética, vivia numa fortaleza intransponível e dançava com o vento das correntes, o seu mundo era aquele, partia em múltiplas viagens, era intensa, sensual, voava nas barbatanas dos golfinhos e brincavam e riam até cansar.
Por vezes saía com a sua comprida cauda de que se despia depois de se enrolar nas brancas ondas, e secava nas rochas, e brincava com a água que corria numa estrada que não lhe sabia o fim.
Quando se deitava era levada pela corrente que a transportava e a trazia suavemente em bailados vertiginosos sem nunca parar, as algas envolviam-na em carícias e beijavam-na num enlace tranquilo.
A água era a sua vida, transparente leve.
Mas Inha um dia resolveu partir, para onde o rio a transportasse para não mais voltar.







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